segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Três Novos Simbolos Maçónicos

Meu querido Irmão, hoje tiveste o conhecimento de mais três novos símbolos maçónicos, são eles: a Estrela Flamejante, a letra “G”, e a Pedra Cúbica.

Quanto à Estrela Flamejante, também conhecida como pentagrama, posso informar-te: que os primeiros maçons aceites, de todo o século XVII e de metade do século XVIII, assim como os antigos maçons operativos, não conheciam o pentagrama como símbolo maçónico, já que os símbolos maçónicos tradicionais são representados por objectos ligados à arte da construção e, utilizados na Maçonaria Operativa, donde a Maçonaria especulativa deriva. Aliás, a Estrela Flamejante não é um puro símbolo maçónico, dado que tem a sua origem na magia e, desde os mais remotos tempos a ela está ligado. Só em meados do século XVIII, na França, a Estrela Flamejante foi introduzida na Maçonaria, pelo barão de Tschoudy, segundo alguns textos maçónicos, também conhecido por ter estado ligado ao ocultismo. E, por este facto, o cuidado especial que se deve ter na sua colocação, uma vez que sendo a Maçonaria uma Arte Real e uma obra de luz, a Estrela Flamejante, em forma Pentagonal, logicamente, tem a sua única ponta voltada para cima, onde nela se inscreve a figura humana, cujo significado representa os atributos da alta espiritualidade humana. Por outro lado, a posição invertida, inscrevem-se nas suas cinco pontas, um homem de cabeça para baixo, ou a cabeça de um bode, cuja representação, em ambos os casos, são os atributos da animalidade e da materialidade.

A Estrela Pentagonal, também designada por Pentalfa, palavra formada por penta (cinco) e alfa, a primeira letra do alfabeto grego e letra inicial dos vocábulos gregos utilizado para designar: ver, ouvir, meditar, bem agir e calar (ATREO, AISTO, ADALESQUE, AGATOPOEIRO, ABAQUIDZI) e, cujo símbolo é a Estrela Flamejante, que representa as cinco virtudes que devem ornar o Companheiro Maçom, o qual deve ser amável, benéfico, incorruptível, casto e severo (AGANETOS, AGELASOS, AGATHOERGOS, ADIAFITHORTOS, AGNOS). Aliás, qualidades que faz com que a Estrela Flamejante seja também o simbolo da chama interior que habita no coração do maçom, a voz interior que lhe filtra todas as acções e pensamentos e que por consequência desta acção os transforma em deuses em potência e em acção.

Quanto à letra “G”, sabemos que surgiu no alfabeto latino na segunda metade do século V e, na sua origem, é visivelmente uma simples modificação do “C”, que no latim, podemos encontrar empregue indiferentemente, como em Caius ou Gaius, Cnoeus ou Gnoeus, significando assim para a antiga Roma, o mesmo valor fonético do C. Quanto ao significado da letra “G” para a Maçonaria, tem sido um tema muito discutido, já que alguns autores maçónicos são unânimes em afirmar que a letra “G” é um enigma maçónico, que admite diversas interpretações e comentários, alguns deles fantasiosos, mas que na verdade este simbolo constitui um verdadeiro mistério que nem os mais cultos e sábios Maçons conseguem decifrá-lo. Todavia, vou tentar desvendar qual é o seu provável significado para os Maçons: ora sabemos que a letra G, é a sétima letra do alfabeto latino, posição que por si só lhe confere vários significados. Contudo, em termos puramente maçónicos, por ser a inicial das seguintes palavras, cujo significado é considerado de grande importância para os Maçons, a letra “G” passou a ser um dos seus principais simbolos:

Gravitação: Que é a força primordial que rege o movimento e o equilíbrio da matéria;

Geometria ou a Quinta Ciência: Que é o fundamento da ciência positiva e, que simboliza a ciência dos cálculos, aplicada à extensão, à divisão de terras;

Geração: que simboliza a vida, por perpetuar a série dos seres. Deste modo significa a Força Criadora que se encontra no centro de todo ser e de todas as coisas;

Génio: que é a inteligência humana a brilhar com o seu mais vivo fulgor;
Gnose: que é o mais amplo conhecimento da moral, o impulso que leva o homem a aprender sempre mais e, que é o principal factor do progresso;

Glória: a Deus;

Grandeza: do homem, a maior e mais perfeita Obra da Criação;

Gomel: Uma palavra hebraica que exprime os deveres do homem para com Deus e para com os seus semelhantes.

Muitas outras palavras iniciadas por “G” poderiam ser encontradas.

Por outro lado, no centro da Estrela Flamejante, podemos ver a letra “G”, e neste caso em particular, o melhor significado para a letra “G” seria a “Gnose”, ou seja, o CONHECIMENTO, porque God, Gud, Geração, Gravitação, Geometria, Génio, Glória, Grandeza, etc.., começam realmente por G, mas apenas em certas línguas, pois em muitas outras poderá não corresponder ao mesmo significado que se atribui, como é por exemplo o caso: do “G” ser em países anglo-saxões a primeira letra do nome de Deus como: Gott, na Alemanha; God, na Inglaterra e Holanda; Gud, nos países escandinavos e Gad na Síria e na Pérsia ser Goda e, em Portugal, como nos países latinos Deus, começa pela letra “D”. Já os gnósticos (conhecedores ou clarividentes) possuidores da Gnose ou verdadeira ciência têm a mesma inicial em qualquer parte do mundo.

Todavia, apesar desta universalidade, por ser Maçom e português a letra “G” que é colocada no centro da Estrela Flamejante, tem o significado de GLÓRIA, GRANDEZA e GEOMETRIA, Glória, para Deus; Grandeza, para o Venerável e Geometria para os outros irmãos.

Quanto à Pedra Cúbica, esta simboliza a obra prima final que todo o Maçom deve procurar realizar. Ao contrário da Pedra Bruta, esta simboliza a perfeição, dado ser a pedra cujo Compasso e Esquadro demostraram estar perfeitamente talhada, quer em linhas, como em ângulos rectos, conforme as exigências construtivas do nosso Templo Interno, o qual exige que tenham superfícies polidas e arestas bem definidas.

Na verdade, uma pedra assim lavrada, representa o homem instruido e perfeito, que após ter desbastado os seus próprios defeitos, corrigido os seus desvios, dominou as paixões e abandonou os maus preconceitos tornando-se no homem perfeito, modelo da humanidade.

AS CINCO VIAGENS

Tal como foi necessário ao Aprendiz maçom discernir entre o vício e a virtude e, para isso teve que caminhar das trevas em direcção à Luz, também o Companheiro maçom tem que empreender cinco viagens de progresso, para no fim destas se encontrar apto a utilizar com eficácia as ferramentas do seu grau. Por outro lado, tal como o Aprendiz maçom, também o Companheiro maçom deve proceder do mundo concreto, ou do domínio da realidade objectiva (o Ocidente), ao mundo abstracto ou transcendente (o Oriente), o mundo dos Princípios e das Causas, atravessando para isso a região obscura da dúvida e do erro (o Norte), para voltar pela região iluminada pelos conhecimentos adquiridos (o Sul), constituindo cada viagem uma nova e diferente etapa de progresso e de realização. Nas cinco viagens que o novo Companheiro terá que fazer para atingir a plenitude dos conhecimentos do seu grau, realsa-se que nas primeiras quatro viagens, nas de número par (2 e 4) o iniciado leva consigo instrumentos passivos, enquanto que nas de número impar (1 e 3), o iniciado leva consigo instrumentos activos.

A PRIMEIRA VIAGEM

Na primeira viagem, o neófito leva consigo as duas ferramentas com que realizou o seu trabalho de Aprendiz, e com as quais o profissional que trabalha a pedra bruta a desbasta: o malhete e o cinzel. Com o malhete e a acção exercida pela força da gravidade, o Obreiro produz um efeito preciso e determinado na matéria, que na realidade é a desagregação da parte que excede a forma que se deseja, menos resistente que a massa metálica do malhete. Por consequência deste efeito de força e de precisão, o malhete, ou o malho, representa o Poder potencialmente destrutivo, se não for utilizado com extremo cuidado e muita inteligência. No campo da simbologia, comparativamente, se não houver controlo inteligente sobre o lado energético da natureza humana, este pode desenvolver-se de maneira exagerada e indevida, comprometendo seriamente a Obra de Construção Individual, ao mesmo tempo que se transforma num potencial perigo para a estabilidade do edifício social.

Em comparação com o malhete, ou malho, a massa metálica do cinzel é limitada; porém, dada a sua têmpera, perfil e agudez de forma, faz com que quando cravado na matéria bruta, a corte, em vez de a quebrar em pedaços, como o faria por si só o malho. Todavia, apesar das suas qualidades intrinsecas, o cinzel sem a força do malho, ou malhete, seria ineficiente e incapaz de produzir por si só o resultado esperado. Pelo que na esfera intelectual, comparativamente, este instrumento comporta-se similarmente à natureza humana, que continuamente elabora planos e projectos, porém, se não tiver a energia intelectual indispensavel e a força de vontade do crer para a concretização da obra, nunca conseguirá pôr em prática os planos delineados na prancha de traçar, condenando-se à inércia.

Em suma, na primeira viagem o Companheiro maçom aprendeu que com o uso combinado das duas ferramentas, ou seja, com o uso harmónico da vontade impulsiva e da determinação inteligente, aplicadas no carácter, ou seja, na pedra bruta da personalidade profana, obterá uma pedra lavrada, apta a ser integrada na alvenaria do seu Templo Interno. Pelo que a capacidade do uso harmónico, reflectido e discernido, faz com que estas duas faculdades gémeas, conduzam o Companheiro maçom ao Poder da sua vontade.

A SEGUNDA VIAGEM

Os instrumentos que o novo Companheiro maçom transporta para a sua segunda viagem, são de uma natureza inteiramente diferente dos com que executou o seu trabalho de Aprendiz. Pois, se as duas primeiras ferramentas eram pesadas e destinavam-se a um trabalho material, já a régua e o compasso, instrumentos destinados à segunda viagem, são leves e de precisão, que para além de se destinarem a verificar e a dirigir o trabalho executado com as anteriores ferramentas, têm ainda o objectivo puramente intelectual. Na medida que a régua e o compasso não são simplesmente dois instrumentos de medida, são mais do que isso, dado que são instrumentos criativos e cognitivos, pois através deles, podemos construir quase todas as figuras geométricas, começando pelas duas figuras geométricas elementares, que são a linha recta e o círculo. Aliás, figuras de grande significado construtivo para o maçom, uma vez que no domínio da moral e da intelectualidade, a linha recta, que é traçada com o auxilio da régua, significa para este a direcção rectilínea de todos os seus esforços e actividades, na qual se inspira em todos os seus propósitos e aspirações, dado que é dever de todo e qualquer maçom, nunca se desviar em seu progresso ns senda da exactidão e da inflexão da linha recta, pela qual constantemente se orienta na procura sistemática do caminho mais justo e mais sábio, aquele que lhe permite ser fiel aos Princípios a que se propôs seguir e, que na tábua de traçar são representados por pontos, onde com o auxilio da régua se traça a linha recta do caminho a prosseguir.

Quanto ao círculo, este mostra-nos e define-nos o alcance do raio das nossas actuais possibilidades, ou seja, mostra-nos o nosso campo de acção, dentro do qual devemos actuar, sempre orientados sabiamente pela linha recta, que passa constantemente pelo seu centro. Assim, com estes dois instrumentos, o Companheiro maçom aprende a uniformizar constantemente a sua conduta, sempre pautada pelo padrão mais nobre e mais elevado, dentro das possibilidades que são apresentadas no seu raio de acção. Por outras palavras, a união do círculo com a recta, representa a harmonia e o equilíbrio que devemos aprender a ter, para que de entre as infinitas possibilidades do nosso ser e a realidade das condições finitas na qual nos encontramos, alcancemos a perfeita e progressiva manifestação do Ideal material.

A TERCEIRA VIAGEM

Na terceira viagem, o Companheiro maçom conserva a régua na sua mão esquerda e, substitui o compasso pela alavanca, o quinto instrumento da sua caminhada de afirmação para o grau de Companheiro maçom, o qual podemos caracterizá-lo como sendo análogo ao compasso, uma vez que este novo instrumento também baseia a sua acção sobre dois pontos, onde sobre os quais aplica a potência e a resistência, com o auxilio de um terceiro ponto que lhe serve de ponto de apoio. Pelo que em comparação com o instrumento precedente, a alavanca tem uma função eminentemente activa, já que com seu auxilio, podemos mover e levantar objectos mais pesados. Pelo que simbolicamente a alavanca representa para o maçom, o desenvolvimento da sua inteligência e da sua compreensão, a qual regula e domina em qualquer momento a inércia da matéria e a gravidade dos instintos humanos, levantando-os e movendo-os se for preciso, para que ocupem o lugar que lhes está destinado na Construção do seu Templo Interno.

Por outro lado, para que a realização da movimentação de materiais pesados seja possivel, são necessárias duas mãos para que o esforço seja mais efectivo, pelo que estas representam para o maçom as duas faculdades (activa e passiva) da vontade e do pensamento humano.

Num ponto de vista maçónico mais genérico, podemos considerar a alavanca, como o símbolo da Inteligência humana, cujo ponto de apoio natural é o corpo físico, sobre o qual actua, na medida eficiente do seu desenvolvimento, para que este produza todas as acções necessária à Vida, sendo a Força do querer, a potência que sobre esta é aplicada e, a Vontade, a expressão do potencial espiritual do Ser, manancial imanente de toda actividade, cuja natureza particular a inteligência determina e domina.

Em face desta analogia, o pensamento sem a vontade, e a vontade sem o pensamento seriam igualmente incapazes de gerar a Força Infinita da Fé, que para ser efectiva deve ser iluminada por um Ideal, e dirigida pelo motivo mais elevado, mais nobre e mais desinteressado, que a cada um seja dado alcançar.

Em suma, o Companheiro maçom nunca deve separar-se da régua com que entrou pela primeira vez na segunda Câmara, uma vez que esta simboliza a direção do seu caminho, sem a qual nunca poderia fazer uma obra definida e efectivamente construtora. Simbolicamente, sem este instrumento, a nossa vida tornar-se-ia num caos (como seria um Universo sem Leis). Quanto ao novo instrumento, a alavanca, o Companheiro maçom aplica-o nos seus esforços, por meio do qual realiza o que de outra maneira lhe seria impossível realizar, dado que a alavanca permite multiplicar as suas forças em proporção directa com as suas necessidades.


A QUARTA VIAGEM

Na quarta Viagem, o iniciado continua a segurar na régua com a sua mão esquerda, acompanhada desta vez com o esquadro, que é o sexto e último instrumento da sua caminhada para a afirmação do grau de Companheiro maçom, cujo o uso correcto e eficiente deve aprender, para poder continuar a caminhar em direcção ao Magistério da sua própria arte.

Assim, através da união coordenada da régua com o esquadro, o Companheiro maçom passou a ter a capacidade para dar um passo em direcção a um objectivo definido. Pelo que a régua com a acção do esquadro representa a necessária rectificação de todos os seus propósitos e determinações, segundo o critério e Ideal que o inspira e, de acordo com as acções a que se proponha efectivar.

Particularmente, o esquadro unido com a régua, ensina ao maçom, que o fim nunca justifica os meios, só se pode obter um resultado satisfatório, quando os que se empenham estejam em harmonia com a finalidade, que unidos se propõem a alcançar. Pelo que por exemplo, é um erro crermos que podemos obter a paz por meio da guerra, dado que a guerra se apoia em pensamentos de ódio, inimizade e violência, enquanto que para alcançarmos a paz, necessitamos sobre tudo de amizade, simpatia, compreensão e cooperação.

A QUINTA VIAGEM

Na quinta viagem, o Companheiro maçom procura o Génio Individual, no qual se reflecte a verdadeira capacidade do artista. Pelo que é uma caminhada diferente das precedentes, começando, por não ser necessário o auxilio de qualquer instrumento para a efectivar, como ainda caminha numa direcção oposta áquela que seguiu até agora: para trás e sob a ameaça de uma espada posta sobre o seu peito.

O que leva a interrogar-mo-nos: o que significa esta troca completa de direcção e de actividade? Por que razão abandonou o Companheiro a régua simbólica com a qual fez a sua entrada na segunda Câmara? Na verdade, esta caminhada simboliza uma nova etapa de progresso, que se cumpre de uma maneira misteriosa, em total oposição às Leis e às regras que foram seguidas até aqui. Todavia, a maneira misteriosa como se cumpre esta última viagem, tem muitos sentidos e encerra uma profunda doutrina, intimamente relacionada com o número cinco, o que a torna muito peculiar no grau de Companheiro. Pois, o facto desta viagem se fazer sem nenhum instrumento, já por si só a torna misteriosa e inigmática. Nas quatro viagens precedentes, o Companheiro maçom aprendeu o manejo eficaz dos seis instrumentos fundamentais da construção, a saber, o malhete ou malho, o cinzel, a régua, o compasso, a alavanca, e o esquadro que correspondem às seis principais faculdades, pelo que agora o Companheiro maçom tem que procurar a sua sétima faculdade central, que corresponde à letra G (a sétima letra do alfabeto latino), cujo o perfeito conhecimento desta o conduzirá ao Magistério da sua arte. Por outras palavras, esta nova faculdade representa o novo campo de estudo e de actividade que se abre ao artista experimentado no uso dos diferentes instrumentos, para expressar uma fase superior das suas habilidades, e ao iniciado, uma vez que já dominou a sua natureza inferior e se adestrou no uso de suas diferentes faculdades, com a aquisição de novos poderes multiplicará os seus talentos.

Portanto, esta última viagem representa um novo género de trabalho, em que o Companheiro maçom deve aprimorar-se, e para o qual todos os instrumentos que foram empregues até agora, ainda mesmo que a régua, são supérfluos, dado que se trata de uma actividade puramente espiritual, onde somente a meditação conduz à contemplação da Realidade. Por outro lado, o abandono da régua representa o estado de completa liberdade que se consegue ao dominarmos os sentidos e as paixões inferiores, pois abre-se para o individuo a percepção daquela Luz Interior (simbolizada na Estrela Flamejante) que habita no coração onde todos os actos e pensamentos são filtrados, pelo que toda a regra externa se torna inutil perante a voz surda, que se faz ouvir dentro do nosso próprio coração.

Em face deste simbolismo, depois do Companheiro maçom ter realizado as quatro primeiras viagens, segundo o movimento aparente do sol, realiza a última viagem inversamente, segundo o movimento real da Terra, ingressando definitivamente no campo da realidade, deixando assim de ser escravo da aparência externa.

Assim, depois do iniciado ter completado a quinta viagem, passou a estar apto a utilizar os instrumentos de construção para lavrar a pedra necessária ao seu Templo Interno, não necessariamente a pedra cúbica, ou seja a individualidade desenvolvida em todas as suas faces, visto que uma pedra deste género constitui a exceção, e seria por isso condenada ao isolamento por não poder aproveitar-se na união com as demais. O que o propósito construtor da Maçonaria necessita, é de uma pedra em perfeita esquadria, desde que tenha a proporção e o paralelismo, entre os seus diferentes lados, respectivamente verticais e horizontais, para que possam utilmente aproveitar-se e ser colocada no lugar que lhe corresponde, com a ajuda do nível e do prumo. Todavia, os maçons não devem procurar a uniformidade absoluta das idéias e convicções, pela qual se converteriam noutros tantos ladrilhos, que se bem que sejam úteis na construção, e se utilizam nas construções correntes, já o não seriam de grande utilidade para um edifício grandioso e imponente, como é aquele que nos propomos simbolicamente levantar, com os nossos esforços unidos, para a Glória do Grande Arquitecto do Universo cuja perfeição e beleza, dependem igualmente da inteligente variedade dos materiais que se empregam, assim como da sábia coordenação e combinação dos mesmos, que de acordo com um Plano Magistral, haverá lugar para pedras nas formas e dimensões mais complexas e variadas.

Por conseguinte, devemos desenvolver e trabalhar a pedra da nossa personalidade na forma que melhor se adapte e segundo a sua particular natureza, para ocupar o lugar mais apropriado no Edifício da Humanidade e da Criação, e expressando nela, como melhor podemos, aquela parte que nos é dado fazer patente do Génio Sublime do Artífice, do qual somos outras tantas manifestações.